O publicitário Gustavo Bastos, diretor de criação da agência 11:21, entrou em contato com a Janela para registrar duas coincidências que, só este mês, encontrou no ar com comerciais antigos da agência .
Uma delas envolveu a criação feita sete anos atrás para seu cliente, a cervejaria RioCarioca. A ideia, garante o criativo, lembra a que está no merchandising da cerveja Eisenbahn veiculado ao final de um episódio recente do canal Porta dos Fundos.
No comercial de 15″ da RioCarioca, o locutor fala tudo rapidinho, que é para dar tempo de a locução, ao final, entrar em velocidade super lenta dizendo “Beba com moderação”.
No esquete do Porta dos Fundos, a mesma situação acontece para promover a cerveja concorrente: os atores falam em alta velocidade e a locução reproduz a mesma fala “Beba com moderação” lentamente.
Não por acaso, o próprio diretor da Rio Carioca, Luiz Eduardo Vieira, não se furtou a comentar, na postagem do Porta dos Fundos: “Tenho impressão que já vi em algum lugar a inspiração para esse vídeo”.
Confiram as duas peças:
O outro caso apontado por Gustavo Bastos aconteceu na nova campanha das batatas Lay’s.
No comercial de Lay’s que se pode ver no YouTube, produtores de batata gagejam e falam do produto sem a fluência de profissionais de cena. A própria explicação da peça no canal da Lay’s cita que “nem precisamos de atores de verdade no comercial. Chamamos quem não entende de propaganda, mas sabe tudo de batata: nossos produtores”.
Acontece que, lembra Gustavo Bastos, o mesmo conceito apareceu 14 anos atrás na campanha da 11:21 para o hamburguer Grã Filé. Naquela série de comerciais, o personagem, incorporando o que seria um funcionário da empresa, na primeira campanha da história de Grã Filé, é totalmente canastrão na sua fala para vender o produto. Até que, ao final, o locutor explica: “a gente não é muito bom de propaganda, mas é excelente em fazer hamburguer”.
A campanha chegou a levar Prata no Prêmio Colunistas Propaganda Rio de Janeiro 2010.
Assistam os dois:
Coincidências, em propaganda, não são novidade. A Janela já registrou várias. E sempre citamos que não é justo acusar agências ou criativos de terem copiado ideias. Quem trabalha em publicidade sabe bem que é possível se chegar às mesmas conclusões quando se trabalha com produtos semelhantes e seguindo linhas parecidas de raciocínio.
O próprio Gustavo Bastos, como criativo, diz saber que isto acontece. Daí não ter tomado qualquer outra iniciativa que trazer o caso para a Janela.
Fica, então, o registro, como mais duas histórias para o folclore da publicidade brasileira.
Coincidências acontecem! Muito profissional a atitude do Gustavo em explicitar isso no seu comentário.